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Braga Netto também é destacado como arquiteto da trama
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Publicado em 14/12/2024

O general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-vice de Bolsonaro na chapa de 2022, preso neste sábado (14) no Rio de Janeiro, foi apontado pela Polícia Federal como um dos responsáveis pela tentativa de golpe de Estado e, também, de assassinato de autoridades

Braga Netto foi indiciado no mês passado junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 35 pessoas, por supostamente participar da trama que teria o objetivo de manter o ex-presidente no poder.

 

Entre as implicações elencadas pela PF, está a aprovação do plano para assassinar os então presidente e vice-presidente eleitos Lula e Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes

Plano para matar autoridades

 

O plano, elaborado pelo general da reserva Mario Fernandes — preso em novembro, foi apresentado a Braga Netto, em reunião na casa do ex-ministro de Bolsonaro em novembro de 2022.

Segundo a PF, o planejamento chamado de "Punhal Verde e Amarelo" falava em assassinar, em dezembro de 2022, as três autoridades.

Naquele momento, Lula e Alckmin já tinham sido eleitos, mas ainda não tinham tomado posse na presidência da República. Moraes era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na casa de Braga Netto, o tenentes-coronéis Mauro Cid e Ferreira Lima, e o major Rafael de Oliveira discutiram o plano junto a Braga Netto, que teria aprovado o documento.

A reunião foi em 12 de novembro, três dias antes da data escolhida para os crimes.

 

"A reunião contou com o tenente-coronel MAURO CESAR CID, o Major RAFAEL DE OLIVEIRA e o Tenente-Coronel FERREIRA LIMA, oportunidade em que o planejamento foi apresentado e aprovado pelo General BRAGA NETTO", diz a PF.

 

Investigação da PF aponta também que os golpistas previam colocar os generais Augusto Heleno, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Braga Netto como comandantes de um gabinete de crise como resposta às mortes das autoridades.

O plano previa envenenar Lula e Moraes e, em seguida, instituir o "Gabinete Institucional de Gestão da Crise". Havia, inclusive, uma minuta pronta para a sua criação, documento encontrado com o general Mário Fernandes em 19 de novembro.

Além dos generais Heleno e Braga Netto, a investigação da PF identificou que o grupo teria outros militares em sua formação, entre os quais o general Mário Fernandes e Filipe Martins, à época assessor de Bolsonaro.

 

Pressão por apoio

 

Braga Netto também é destacado como arquiteto da trama e alguém que atuou ativamente para reunir apoio ao plano golpista, segundo a Polícia Federal.

O ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, segundo a PF, pressionou os "comandantes da Aeronáutica e do Exército a aderirem ao plano que objetivava a abolição do Estado Democrático de Direito".

Braga Netto teria utilizado, ainda de acordo com o inquérito, de um mecanismo semelhante às milícias digitais.

 

"Conforme consta nos autos, BRAGA NETTO utilizou o modo de agir da milícia digital, determinando a outros investigados que promovessem e difundissem ataques pessoais ao General FREIRE GOMES e ao Tenente-Brigadeiro BAPTISTA JÚNIOR, além de seus familiares", diz a PF.

 

 

Repasses em dinheiro

 

Novos elementos também dão conta de que Braga Netto teria inclusive atuado nos financiamentos das ações ilegais, ao fazer repasses em dinheiro vivo a militares das Forças Especiais, os chamados "kids pretos", usando até embalagens de vinhos.

Print mostra golpistas combinando encontro na casa de Braga Netto — Foto: Reprodução

 
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